21 fevereiro, 2008

Bloco Caspiano, Contextualização

Em desenvolvimentos recentes, como vínhamos a enunciar, na Declaração de Teerão, os cinco Estados comprometeram-se a realizar encontros anuais, próximo o próximo previsto para o segundo semestre de 2008 em Moscovo, constituindo este o primeiro passo para uma futura associação económica caspiana. A tarefa não se afigura nada fácil, mas estes países possuem vários pontos em comum, e passo a citar: nenhum deles pertence à Organização Mundial do Comércio (OMC); no entanto, a Federação Russa é das cinco economias aquela que melhores possibilidades tem de se tornar membro. Não obstante, e segundo Vladimir Putin, tal só acontecerá caso as regras da organização não afectem o desenvolvimento e independente soberania do seu país; os mesmos produzem e exportam petróleo e gás natural; existe um elevando deficit de investimento internacional; os cinco países são ainda muito dependentes do sector agrícola, precário e pouco industrializado; o valor das suas importações é superior ao das exportações, o que se traduz numa maior dependência do que auto-suficiência em termos de balança de pagamentos; efectuam trocas comerciais que respeitam interesses estratégicos determinados entre todos, bilateralmente e multilateralmente; entre numerosos outros factores de coincidência.

No entanto, o colapso da União Soviética em 1991 teve como uma de muitas consequências a independência das suas quinze repúblicas socialistas. Neste caso destaco o Turquemenistão, o Azerbaijão e o Cazaquistão como Estados recentemente independentes enquanto objectos de análise imperativos neste trabalho para assinalar que a sua história recente causou profundas implicações económicas, uma vez que estas foram responsáveis pelo derrube do antigo modelo centralizado proveniente da super-potência Rússia. Agora Estados soberanos, e face a grandes dificuldades internas e de vizinhança, há que considerar o frágil equilíbrio que se estabeleceu entre a ex-URSS e respectivos Estados na região do Cáspio.

Relativamente ao Irão, este, após a Revolução Islâmica de 1979, cortou relações diplomáticas com os EUA e aproximou-se a sua vizinha Rússia. Ambos são cimeiros na produção e exportação de petróleo e gás natural, além de que a Rússia é o grande parceiro iraniano para o desenvolvimento do seu programa nuclear civil, de armamento e de outras tecnologias avançadas.

É agora tempo de uma análise mais cuidada das cinco economias de forma a agilizar o trabalho que se segue, o de entrosamento com a teoria de integração regional, à qual farei respectiva alusão na devida altura.

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